Dependência Química
- psivlemos
- May 6, 2024
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Updated: Sep 17, 2024

Dediquei-me ao tema do abuso de substâncias, após perceber ao longo das minhas
experiências profissionais (tanto na Saúde, quanto na Assistência Social) um estigma no
tratamento ao uso abusivo de drogas e pouco conhecimento no que tange ao processo de
recuperação da Dependência Química. O estágio que fiz em um CAPS/AD, deu-me a
oportunidade de conhecer o drama da doença causada pelo uso abusivo. Desde então,
tenho me dedicado a análise rizomática da relação do homem com a droga.
Nesta análise sistêmica, notei que é muito difícil ressignificar os ganhos secundários que a
droga oferece, como prazer imediato, relaxamento ou qualquer outra experiência de reforço
positivo com o uso da droga.
Para que haja alguma chance de transformação, é necessário investir no potencial humano,
valorizando a subjetividade, acolhendo e responsabilizando o sujeito, incentivando-o ao
conhecimento, à prática de esportes, à cultura e clariando-lhes escolhas para seu processo de reabilitação. É importante pensar que cada droga tem uma função para o sujeito e um efeito no seu organismo, por essa razão, os métodos de tratamento se diferenciam de usuário para usuário e de droga para droga. Avaliar o uso não é tarefa fácil, nem para um profissional, nem para o usuário. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas –SENAD o abuso de substâncias pode ser mensurado conforme o tipo de relação que o sujeito estabelece com a droga. Nota-se em consumos de risco sintomas como: Estreitamento do desejo pelo uso (pensamentos automáticos para justificar o uso); Aumento da busca pela substância (comprar mais vezes ou mais quantidade); Maior necessidade de uso (presença de ansiedade e irritabilidade na falta do uso); Desenvolvimento de tolerância à substância; Sintomas diversos de abstinência (SENAD, 2010).
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Saúde Mental (DSM-V) o abuso de
substâncias é diagnosticado quando resulta em dano físico, mental ou social referente ao
cumprimento de responsabilidades, problemas legais recorrentes ao uso de substâncias ou
uso contínuo apesar dos problemas causados, considerando o período de 12 meses
(DSM-V, 2013).
Cabe alertar que o processo de dependência vai acontecendo gradualmente e com
frequência, passa pelo indivíduo como negação até se instaurar a despersonalização e a
alta vulnerabilidade do sujeito.
Após instaurada a Dependência Química, a pessoa passa a ter alterações neurológicas,
psicológicas e sociais. Há déficit no sistema de busca de recompensas do cérebro, perda da
capacidade de julgamento moral, o que altera seus valores, desconexão com a realidade,
além da sua condição familiar e social ficarem comprometidas pela oscilação de humor e
hábitos deprimentes.
Fique atento aos seguintes sinais de dependência: Forte desejo ou compulsão ao uso da
substância; Comprometimento na capacidade de controlar a quantidade e o tempo de uso;
Aumento da tolerância à droga de uso e necessidade de quantidades progressivas para
saciar o desejo; Sintomas físicos de abstinência; Muito tempo gasto para adesão, consumo
ou recuperação do uso; Abandono das atividades sociais, laborais ou familiares.
Caso você identifique 3 ou mais destes sinais, procure ajuda, você pode estar entrando em
um processo de adoecimento.
A Dependência Química é uma doença grave, que provoca danos múltiplos para o sujeito e
para sua família, além de questões sociais bastante graves.
É importante falar que, em casos de Dependência Química, o sujeito fica extremamente
vulnerável à droga, mesmo após a reabilitação. Sua exposição à substância de preferência
pode levar a uma recaída em potencial por total incapacidade de controle pelos efeitos
neurológicos alterados pelo uso anterior.
No tratamento ao abuso de substâncias é essencial um olhar para as necessidades
psíquicas do sujeito, pois são elas que com frequência desorganizam a consciência do
indivíduo, por meio de diferentes sentimentos e emoções, como culpa, raiva, melancolia e
comportamentos desadaptativos, causando uma confusão mental somada aos sinais e
sintomas neuroquímicos que geram a recaída.
Se você quer transformar sua realidade, conte com a minha experiência e a partir do seu
desejo, é possível viver feliz em reabilitação.
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